O QUE REALMENTE NOS TORNA FELIZES? (Parte II)

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No texto anterior compartilhei questões sobre a felicidade (saber mais clique aqui). Terminei pensando no seguinte processo: homeostase orgânica = autorregulação = bem-estar = felicidade.

A homeostase é um processo de regulação da vida. Inicialmente entendida enquanto evento biológico, no entanto, adquire extensões no campo pessoal e no espaço sociocultural.

Homeostase está diretamente ligada à autorregulação. Segundo o pensamento formativo, de Stanley Keleman, diz respeito à capacidade biológica de gerar condições de adaptabilidade interna e externa. Ou seja, todos nós possuímos condições de nos autorregularmos – gerenciar a si mesmo, modulando nossas experiências e influenciando nossos comportamentos, nossas emoções e nossos hábitos. Isso é possível através do uso da função volitiva cerebral que possibilita, após o reconhecimento da estrutura corporal, a influenciação ou manejo das configurações músculo-emocionais (posturas) – o que Keleman chama de esforço muscular voluntário.

Bem-estar é um estado dinâmico que reflete a habilidade de gerenciar a relação consigo e com o meio externo, de forma a se sentir com as rédeas da vida nas próprias mãos. A autorregulação ou o autogerenciamento refletem a busca de uma funcionalidade e equilíbrio entre a realidade interna e externa. Para que aconteça este processo é fundamental estar próximo de si, conhecer sua fisicalidade (tensões, pressões, posturas, gestos habituais), reconhecer suas emoções e se dar conta da sua narrativa (pensamentos).

E quanto à felicidade? Existe receita? Em resposta afirmo que não há uma receita estruturada, única ou estável. Acredito na felicidade como um processo em permanente construção; um vir-a-ser constante através do uso de nossa capacidade volitiva de autorregulação. É ter alegria de viver. E, alegria de viver refere-se a um estado de satisfação e gratificação pelo que se possui, pela valorização de seus talentos e virtudes, e pelo reconhecimento de suas capacidades e habilidades.

Bem, então, o que nos torna felizes? Poder estar junto de si numa relação cooperativa, nem sempre fácil ou agradável, mas sempre amorosa e respeitosa. Formar uma relação de amor consigo possibilita viver o amor nas diferentes relações – me refiro a qualquer tipo de relacionamento, pois a expressão da amorosidade é ampla. Encerro nosso bate papo com duas citações:

Marta Medeiros nos fala que há sempre um porquê para ser feliz, mas “novidades envelhecem e não é seguro se sentir feliz apenas por atingir metas. Muito melhor é ser feliz por nada. (…)”.

Os Mutante na música Balada de um Louco: “(…) Se eu sou muito louco por eu ser feliz… Mas louco é quem me diz e não é feliz (…)”.

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