O que estou sentindo?!
A fase da adolescência ou juventude é marcada por sentimentos muitas vezes confusos com relação ao futuro exercício da sexualidade.
Não é raro o jovem vivenciar desejos e interesses que não correspondam às expectativas familiares, sociais e, até mesmo, pessoais. Em outras palavras, é possível que rapazes e garotas sintam curiosidade e/ou interesse por pessoas do mesmo sexo.
Ao se depararem com tais experiências surgem algumas questões: O que é certo? Será que sou doente? Tenho algum problema? Tais questionamentos, com frequência, vêm acompanhados de ansiedade, angústia e depressão, revelando um conflito muito comum: o “desencontro” entre a experiência do desejo por alguém do mesmo sexo e o preconceito social que ainda é muito forte e até mesmo cruel.
É fundamental, nesse momento, conversar com alguém de confiança que possa acolher as dúvidas e angústias, sem atribuir qualquer juízo de valor. Pode ser difícil encontrar alguém receptivo ao papo, pois nem sempre as pessoas encontram-se preparadas e disponíveis emocionalmente lidar com o assunto.
É mais fácil hoje em dia encontrar alguém para conversar sobre o assunto. Senão for da família, um professor bacana, um educador sexual, um psicólogo ou mesmo um médico, desde com formação e habilidades pedagógicas para ajudar e não tumultuar; na internet é possível encontrar especialistas que realizam orientação online.
É muito importante saber que a homossexualidade não passa por uma simples escolha. Em realidade, ninguém escolhe ser heterossexual, bissexual ou homossexual.O desejo sexual é percebido e poderá ser expresso ou não, conforme o indivíduo lida com as seus próprios “apetites” e as pressões socioculturais.
A sexualidade é tão complexa que é perda de tempo tentar definir as origens da homossexualidade, se é biológica ou socialmente definida. Isso é como tentar identificar se a música que ouvimos vem do instrumento ou da pessoa que toca. Não há consenso na comunidade científica quanto ao assunto.
Para finalizar, é fundamental saber que a homossexualidade não se constitui em doença, desvio, perversão ou distúrbio. Logo, não é algo a ser tratado!
Em 1973, uma resolução foi aprovada pela Associação Psiquiátrica Americana, e diz o seguinte: “A homossexualidade, per se implica que não haja prejuízo em julgamento, estabilidade, segurança ou capacidades sociais ou vocacionais em geral. Mais ainda, exortamos todos os profissionais em saúde mental a que tomem a iniciativa de remover o estigma da doença mental associada a uma condição homossexual.”.
No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia, a partir da Resolução de março de 1999, deixa claro que os profissionais que propõem cura ou tratamentos das práticas homoeróticas estão cometendo uma falta ética grave.
O fundamental é viver o amor, o respeito e o cuidado por si e pelo outro e, sem dúvida, o sexo com preservativo!